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A necessidade de desenvolver aprendendo

Jan 18, 2014 | 3 minutes read

Dificilmente você conseguirá manter desenvolvedores (ou, se preferir, “criadores”, já que não é de apenas programadores que me refiro) instigados no ambiente de trabalho se ele não oferecer formas de sempre aprender coisas novas. Um profissional desses está em constante formação e quer trabalhar em volta de pessoas que saibam mais do que ele, para que todos os dias possa tirar coisas novas. E tão constante quanto as reclamações, vemos gente que sente não estar aprendendo tudo o que poderia. Vindo de empregados de empresas pequenas, como é comum no ramo de tecnologia, é fácil encontrar causas: dificilmente num grupo de 10 pessoas encontraremos gente com grande (seja em dimensão ou profundidade) conhecimento e saiba instigar os outros a elevar o próprio nível.

Sabendo que depois de certo tempo a pessoa pode se achar limitada, a primeira alternativa é recorrer à literatura para conhecer casos passados. Do mesmo modo que um escritor lê obras clássicas para aprender padrões em casos de sucesso, o desenvolvedor quer conhecer técnicas provadas como funcionais. A literatura técnica, seja em qualquer área, não é exatamente barata. Mesmo ganhando 1 ou 2 salários mínimos, isso é um problema contornável, mas você quer ou não apoiar quem está se esforçando para aumentar a qualidade da sua empresa? Para ambos é um investimento baixo e com alta chance de bons lucros.

Muito valorizada também, é direcionar o profissional para cursos. Estes geralmente são fáceis de encontrar e têm preços variados. A empresa paga o empregado em dobro (salário e curso) e é um dos mais arriscados. E exatamente por isso que pode trazer melhor retorno: você está treinando uma pessoa em alguma habilidade necessária para o seu trabalho. Talvez esta seja única na empresa. O risco, caso você não consiga fidelizar o funcionário, de a médio prazo estar evoluindo o time do seu concorrente existe, mas aí valem as conversas que você vai constantemente levar com ele sobre o alcance de suas expectativas.

A terceira, e talvez a mais interessante de incentivar o aprendizado, é o networking. Chame do que quiser, mas conhecer pessoas novas e discutir ideias com gente diferente só tem a adicionar à capacidade da sua empresa. Nesse caso não pode haver medo da concorrência: ai existem pessoas com objetivos semelhantes, seja trabalhando com o mesmo crachá ou não.

Como se não bastasse, esse pessoal costuma levar a sério qualquer conselho bonito que ouvem por ai. Resultado: se passar 2 dias insatisfeito com o que está fazendo, tentará corrigir os problemas e propor soluções. De você, líder, é esperado que aproveite a oportunidade. Daí podem surgir mudanças interessantes e inovadoras.

Para contornar isso, não tem bala de prata: você precisará confiar em quem contratou e ser sincero (como também cobrar a contra-parte) no máximo de aspectos possíveis. Incentive, discuta e apoie.

Quer uma alternativa simples de ser implementada? Rotatividade. Se a empresa possui poucos funcionários, dê a oportunidade para trocas de projeto a cada 3 ou 6 meses. Isso fará bem para o profissional — que estará em um ambiente novo e de maior aprendizado — e para o projeto — que pode ter problemas invisíveis até então, revelados por carne nova no pedaço. Não tem gente nem projeto suficiente para ficar rotando? Use o networking que espero que já tenha feito para trocar um empregado por outro de mesmo nível em uma empresa parceira. Laços entre todos os envolvidos têm grande chance de se reforçarem.

E esse processo simplesmente não tem fim. Trabalhar com gente que está sempre criando é extremamente disposta a inovar. Aprender é fundamental para que essa capacidade esteja crescendo e tendendo ao infinito.