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Já é hora de acelerar minha startup?

Dec 13, 2013 | 6 minutes read

Podemos pensar em 3 períodos de uma startup que essa pergunta vem à tona:

  • A ideia do produto ou serviço a ser oferecido não passa disso: uma ideia.
  • Temos algo funcionando e usuários, mas falta um modelo de negócios rentável.
  • Já foi gerado uma quantia em dinheiro considerável mas ultimamente o crescimento tem diminuído ou estagnou.

Se o seu caso não se enquadra em nenhum destes, você já deve ter várias opções de como fazer a empresa crescer e não sabe qual ou como decidir; ou talvez não seja mais uma startup.

Neste ponto, você teve uma ideia. Genial ou nem tanto. Mas mesmo que seja baseada em algum modelo já existente, ela vai ser aplicada em um contexto diferente, então é necessário que você conheça os usuários envolvidos para poder adaptá-la e melhor agradá-los.

Talvez seja esta uma das fases mais interessantes de uma startup. É nela que vão ser formuladas hipóteses para serem testadas e validadas. Os fundadores começarão a descobrir quais dos seus sonhos têm possibilidade de funcionar no mundo real e ainda terão tempo de verem-se frustrados a ponto de não seguirem com a ideia adiante.

Se aí você já estiver comprometido com investidores, estará impedindo esse aprendizado necessário entre fundadores e mercado. Você pode acabar se vendo como uma pessoa que prefere seguir ordens e ter estabilidade financeira a arriscar-se montando uma empresa. Obviamente dinheiro será importante antes de torná-la lucrativa, mas passado esse período, você terá muitos argumentos para convencer pessoas competentes a te ajudarem — financeiramente ou não — no negócio.

Se uma aceleradora te oferecer ajuda para iniciar um projeto sem que você seja já um bom empreendedor ou conheça muito do mercado alvo, desconfie. Talvez ela não saiba da importância das ideias ou queira se aproveitar de um negócio que pode dar certo. Se você pagar o trabalho deles com uma porcentagem da empresa, terão um risco baixo (apenas o custo do próprio tempo durante a aceleração) apostando em você. Já que 20% de algo que vale zero é 0, a aprovação do mercado ao modelo tem chances boas de render frutos no futuro; se pagar com uma quantia fixa caso o projeto não alcance determinado patamar, beira à agiotagem. Investiram esta quantia com chance maior que 100% de retorno.

Chegado à este estágio, pode ser que a startup tenha até mesmo sido criada sem querer. Sendo ela ligada à software, talvez seja algum programa desenvolvido em algumas horas durante à noite. Clientes começaram a cobrar nota fiscal e você abriu uma empresa formal mas não consegue encontrar um modelo de negócios rentável ou agradável à todas as partes.

Estes fatores sugerem que sua ideia tem potencial. Ter usuários é um passo vencido, já que mostra que você não é o único acreditando na utilidade do serviço que presta. Agora qual a melhor forma — além de estudar — de tornar rentável aquele seu software que pelo acaso tem retornado menos dinheiro do que toma com suporte e servidores?

Permitir-se aprender conceitos novos é necessário em todas as etapas da vida, mas tendo uma empresa que não se paga pode ser decisivo. O que aconteceria se você precisasse fazer uma cirurgia daqui a alguns dias e não pudesse desempenhar seu papel de CEO por uma semana? A empresa teria rendimento negativo? Outros funcionários (talvez sejam você próprio) conseguiriam realizar suas tarefas sem mudanças drásticas?

Administração te ensinará a se posicionar bem para alcançar suas metas. Contabilidade explicará como funcionam finanças e ajudará a se organizar para entender quais metas devem ser alcançadas para tornar a empresa mais rentável. Psicologia e Filosofia serão ótimas para definir posicionamentos e como apresentar suas ideias a mentores em lugares específicas. Ou, ainda, pode explorar a área técnica usada no produto ou serviço prestado. Tendo esse conhecimento, basta que alguém te apresente as metodologias utilizadas para testar o mercado envolvido que será bem mais fácil de analisar resultados e aplicar os que tiverem sucesso comprovado.

Existe um conceito matemático denominado “derivada”. A partir dele, podemos obter resultados referentes à taxa de crescimento da startup.

Se você manter um histórico organizado do que aconteceu na empresa, é simples construir um gráfico deste tipo a partir da definição de algumas métricas. Como o sucesso é definido por um número bastante complexo de fatores, podemos inicialmente considerar quantidade de lucro como “sucesso”.

No início, vemos que o sucesso — determinado pelo lucro — da startup está negativo (abaixo da linha em azul horizontal). Temos um aumento para algo positivo com o teste de algum modelo de negócio. Algum tempo depois, ela passa a permanecer constante (sem crescimento) até que percebamos que estamos na fase “Dificuldade em análise de mercado” e, mantendo o mesmo ritmo que temos, tudo indica que estagnou, deixando de crescer ou diminuir de “sucesso”. Você passa a estudar mais e descobre que o crescimento pode ser maior que qualquer outro momento, e se dedica cada vez mais a desenvolver e aproveitar a crista da onda (momento indicado pela reta “crescimento positivo”).

No entanto, chegamos a um momento que, apesar de ainda estar em crescimento, o faz mais lentamente (em “crescimento positivo, mas menor”); apesar de ainda estar crescendo, passou a fazer isso mais devagar. Este é o primeiro ponto que devemos considerar contratar consultores para tentar descobrir a causa deste comportamento diferente do histórico. Nesse ponto você já terá conhecimento prévio para aprender conceitos já adaptados ao seu modelo de negócio. Assim, conseguirá tirar muito mais proveito do que essas pessoas têm pra te passar e entenderá melhor a causa da diminuição. Isso poderá ser reaplicado em outros períodos, já que mesmo sob causas diferentes, você terá melhorado sua habilidade analítica e tem bom conhecimento dos problemas e soluções já utilizados.

Mas o momento decisivo para acelerar a startup é um decrescimento (mais à direita no gráfico, sinalizado pelo “crescimento negativo”). Apesar de possuir experiência e competência para fazer o negócio dar certo o suficiente para se manter no mercado a tempo de ter diferentes fases de crescimento, o “sucesso” tem diminuído e você não consegue mais enxergar formas com boas chances de reverter a situação. Uma aceleradora correta será uma ótima aliada para descobrir os motivos dessa mudança e aconselhar formas de subir consideravelmente o patamar da empresa. Nela, você encontrará outros empreendedores que tiveram as mesmas dificuldades e souberam enxergar soluções, conhecerá investidores que ajudarão em marketing e contratação de gente qualificada e ter um ambiente físico onde cada startup está diariamente tentando crescer e aproveitar o mercado que se inserem.